domingo, 21 de setembro de 2008

Carta ao doutor

Olha o meu pé
Falta algo...
O movimento.
Mas os dedinhos ainda mexem
como que querendo saltar da armadura branca.
Anda seu médico!
Tira logo essa pedra branca.

O pé quer correr e dançar por aí...
Eita médico que não deixa!
Deixa eu sentir que ainda sou criança
E pisar no chão gelado como se fosse proibido,
E criar meu personagem como quem voa em nuvens,
E fazer o movimento fazer parte de novo do meu cotidiano.

Não quero muletas,
Nem um pé só,
Quero correria,
Movimentação fatigante.

Eu sei, esperar...
A paciência tenho aprendido
Prometo que tenho me esforçado,
Mas acho que já nasci agitada
Sou assim...
Poço de inquietude.
Convenhamos, não dá para fazer tanto repouso.

Tudo bem, eu confesso!
O amor dos meus amigos tem me trazido cores,
Olhares, braços, ombros e mãos fortes.
A sensação de impotência
Por um bom tempo se esvai
E o tempo fica ensolarado
Mesmo com o frio lá de fora.

Mas o senhor sabe,
Ainda falta algo...
A Sensação que desintoxica minha alma,
A leveza do movimento.

5 comentários:

Léo Ribeiro disse...

Que lindo!
Sai desse vaso branco florzinha!
Vá brincar lá fora!

Gabriel Félix disse...

Música triste por favor...
http://www.youtube.com/watch?v=yoGJZdBxR1o

=*

Ruleandson do Carmo disse...

Pé quebrado, mas coração forte, que nunca se parte!!!

Anônimo disse...

lindooo
e isso ai fe
transformar a dor do pe quebrado
em uma linda poesia =)
bjoo

Fernanda Avelar disse...

Valeu pessoal, passem mais por aqui. Em breve com o pé novinho, hehe.