sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A sogra no palco


“Cada um tem a sogra que merece” - quem já não utilizou essa frase para falar sobre a sogra do outro ou a sua própria? Agora como nome de peça de teatro, a sentença é utilizada para representar o ambiente típico de duas noras e uma sogra que não se relacionam bem.

A peça é uma das estreantes da 37ª Campanha de Popularização do Teatro e poderia ser mais uma daquelas comédias que tem os famosos estereótipos - formados a partir de uma imagem alimentada mais por conceitos fixos e preconcebidos do que pela própria realidade – mas não é o que acontece. Pode-se ver é que os personagens se materializam de forma tão real ao ponto de possibilitarem a identificação do público.

Seja pelo jeito ríspido, marcante ou pela meiguice, nenhuma das três personagens passa em branco diante da plateia. Onorina (sogra) transmite uma rispidez e um sentimento de mágoa, Fernanda (nora) mostra todo o seu lado infantil e fútil e Fátima (nora) sua esperteza e inteligência. O entrosamento delas conquista e diverte tanto o público que este sai da peça repetindo os bordões e trejeitos das personagens.

Além da forma natural de interpretar, também vale destacar que o texto do espetáculo se inter-relaciona com o cenário formando uma espécie de antes e depois. Quando a sala está em evidência, mostra o que a sogra e as noras aparentam ser e sentir, e no momento em que todas estão no quarto, tanto os sentimentos quanto os fatos se revelam. A partir disso, o público pode fazer reflexões a respeito da complexidade das relações humanas.

O autor da peça, Wesley Marchiori, já escreveu diversas peças, entre elas Na virada do Sexo, 2 de Novembro - que conquistou o prêmio Usiminas Sinparc de melhor texto inédito de 2008 - e Amar é... uma comédia.


Cada um tem a sogra que merece

R$ 10,00 – Gênero: comédia – Classificação: 12 anos – Duração: 65 min.

Teatro da Biblioteca Pública – 06 a 29 de janeiro (quinta a sábado: 19h)

Teatro da Biblioteca Pública – 03 a 27 de fevereiro (quinta a sábado: 21h – domingo: 19h)

Autor: Wesley Marchiori – Diretor: Kaluh Araújo – Elenco: Ana Gusmão, Diva Carvalhar e Dedé Miwa - Produtora: Heloísa Duarte.

domingo, 19 de outubro de 2008

Por um Tanto


Platéia alvoroçada, sentimento de ansiedade, onde estava o Skank? Bem ali, no Groove, Groove, hey negrita. Onde mais se tece tanto ritmo? Alucinante assim, só quando vamos na levada do Vou Deixar onde os corpos se misturam na pista e nos deriraum daum daum de Garota Nacional.

Aliás, cantarolemos alguma das músicas do Skank. Por que não? Pessoas de tudo quanto é jeito já se uniram seja para dizer que quer fugir pro outro lugar ou para dizer que se sente tão seu. Também o novo álbum do Skank, Standarte, promete diversas canções que embalarão nossas noites como a música Chão que traz um balanço energético de guitarras e a Ainda Gosto Dela que traz toda a doçura das sensações de um homem ainda apaixonado.

Mas, mesmo com a tendência a ritmos mais agitados em seu novo CD, as baladas românticas, já tão consagradas em outras épocas, têm grande espaço em seus shows. Reflexo disso foi que várias pessoas da platéia pegaram seus celulares mais que urgente e votaram na música que mais desejavam ouvir naquele show. Qual seria a canção escolhida em homenagem ao dia das crianças? Tanto. Tanto que se queria ouvir algo que acalentasse nosso coração com uma palavra de carinho, algo Acima do Sol ou quem sabe logo Ali. Se ao menos você soubesse...

domingo, 21 de setembro de 2008

Carta ao doutor

Olha o meu pé
Falta algo...
O movimento.
Mas os dedinhos ainda mexem
como que querendo saltar da armadura branca.
Anda seu médico!
Tira logo essa pedra branca.

O pé quer correr e dançar por aí...
Eita médico que não deixa!
Deixa eu sentir que ainda sou criança
E pisar no chão gelado como se fosse proibido,
E criar meu personagem como quem voa em nuvens,
E fazer o movimento fazer parte de novo do meu cotidiano.

Não quero muletas,
Nem um pé só,
Quero correria,
Movimentação fatigante.

Eu sei, esperar...
A paciência tenho aprendido
Prometo que tenho me esforçado,
Mas acho que já nasci agitada
Sou assim...
Poço de inquietude.
Convenhamos, não dá para fazer tanto repouso.

Tudo bem, eu confesso!
O amor dos meus amigos tem me trazido cores,
Olhares, braços, ombros e mãos fortes.
A sensação de impotência
Por um bom tempo se esvai
E o tempo fica ensolarado
Mesmo com o frio lá de fora.

Mas o senhor sabe,
Ainda falta algo...
A Sensação que desintoxica minha alma,
A leveza do movimento.

domingo, 24 de agosto de 2008

Leões apesar de Cordeiros



Leões e Cordeiros seria mais um daqueles filmes que se costuma ver na faculdade de jornalismo a respeito da ética. O manual do profissional sendo cotidianamente posto a prova no dia-a-dia das redações. Mas parte de outro pressuposto, mostra a selva da vida a partir do contexto da guerra contra o terrorismo. A coragem de alguns ao seguirem seus ideais e o medo de outros que se camuflam em suas casas luxuosas. “Roma está em chamas, filho, e o problema não são as pessoas que começaram isso. Elas são irrecuperáveis. O problema é nosso, de todos nós, que nada fazemos, que perdemos tempo, que tentamos nos desviar das chamas.” – diz o professor universitário instigando seu aluno Todd em uma das cenas do filme.

O que é ser leão ou cordeiro? Para responder à questão, é necessário pensar em duas vertentes. A primeira e a mais utilizada é a de que os leões são aqueles que têm coragem para agir e atingir um bem coletivo, independente de sua individualidade, contudo, os cordeiros são aqueles que são medrosos, têm poder e se escondem por trás daqueles que tem coragem. Porque não dizer que no filme existe uma ligação entre ser leão e ser jovem. Os personagens de grande destaque como Ernest e Arian, que se alistaram no exército, são o cerne do enredo, aqueles que demonstram mais ousadia entre todos.

Em contraponto, o cordeiro é representado pelo senador Irving. O político diz fazer o que for preciso para terminar com o terrorismo, mas se esconde nas suas atitudes de comando e não vive as ações propriamente ditas. Outros personagens ainda detêm alma de leões, como a jornalista Janine e o professor da universidade, mas com a idade o sentido de ser um deles foi se apagando e somente com o estopim dos acontecimentos a fera se manifestou. Já Todd, mesmo sendo jovem, representa a transição, a indecisão por se tornar um leão ou cordeiro.

A segunda vertente do significado de ser leão ou cordeiro é oposta a primeira. Leão seria o predador, o mau e o cordeiro o indefeso, o bom. Assim, a união entre as definições apresentadas seria de que ambos podem representar qualquer um dos dois animais. Porém, a visão idealística e romanceada do filme é de que sejamos corajosos apesar de bons.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Fome de Realizar

Misture um pouco de humor e uma pitada de romance, bata tudo em neve e faça um suspiro. Assim começo meu novo blog, com a ânsia de atacar um daqueles doces gostosos de padaria que enchem a boca da criançada.

Quero provar, comer todo o conhecimento que conseguir e pôr em prática todas as minhas receitas mais criativas. Mas, se por acaso, exagerar e perceber que me empanturrei, tomo logo aquele ENGOV e volto à degustação.

Nada melhor que uma torta de sonhos coberta com calda de ousadia para melhorar o ânimo e sentir de novo que a vida pode ser muiiiittto doce. Por isso não vou resistir às tentações dos açúcares da vida. Vou batalhar lado a lado desse néctar dos deuses.

Comer suspiro como se a cada mordida fosse a expressão das minhas mais sinceras convicções, aspirações, dúvidas e de meus mais íntimos questionamentos. Aliás, meu blog tem nova proposta. Ele agora tem como principais objetivos criar discussões, informar e adicionar conhecimento às pessoas sobre as curiosidades do mundo. Não nego que um dos assuntos mais discutidos seja, além do jornalismo, o teatro, meu grande suspiro criativo.

Supiros de desejo ardente, de amor, de lamento ou de dissabor. Eu quero é saborear.